domingo, 13 de julho de 2014

Dos tipos de distância.


De todos os longes que eu poderia estar, escolhi o ser longe. Longe, alheia ou simplesmente ‘nem aí’, o mundo mexeu, meu eu não suporta pancadas sem que algo se mude de lugar, todo balançar causa bagunça em mim. Gente me torna mais gente, amor me expande. Sinto como se sentir fosse o único modo de salvar minha vida de algo que não sei o que e de quem não sei quem, intensamente a insanidade do sentimento me sente como posse e se apossa do meu eu sem dono, aquele eu que ninguém usou ou notou. Meus ‘eus abandonados’ são os redatores destas palavras, escrevo não sei o quê e não sei porquê, escrevo quem. Todos os quems que deixei de ser para ser aqueles que não me agradavam muito, mas que faziam a sociedade sorrir. 

                                                       - Karla Waters


Um comentário:

  1. "Todos os quems que deixei de ser para ser como aqueles que não me agradavam muito, mas que faziam a sociedade sorrir." Amei! Diz muito sobre ser o que as pessoas querem. Acho que todos já passamos por situações assim, o que é horrível, mas a sensação de liberdade que sentimos quando tudo passa e somos nós mesmos é sensacional! Adorei o texto.
    Estou seguindo, beijinhos ❤️
    http://pequeninabiblioteca.blogspot.com

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